terça-feira, 19 de maio de 2009

coma induzido

Tudo tão parado.
Apático.
Tanto o que fazer, sem ter a vontade de fazer coisa alguma. Só existo, logo não penso. Vivendo no automático. Tantos simpáticos "bom dias". Bons? Tantos sonoros "eu tô ótima". Estou? Tudo tão mecânico.
Variável.
As cores se esvaindo das manhãs que tempos atrás já foram tão azuis. Numa dessas estradas de asfalto e arranha-céus, provavelmente, caiu da mochila aquela mistura de tons amarelo-laranja e aquela sensação de ardente frescor na face que revigorava cada dia. Tudo tão cinza.
Nublado.
Pessoas sempre a exigir tudo mais instantâneo, prático, veloz, ágil.
Melhor(para elas!).
E eu tão saturada da tal ve-lo-ci-da-de. Preferiria mais intensidade, apenas. Mais opções. Mais direções.
Decisões.
Tudo tão definitivamente indefinido. A espera de súbito um retorno de consciência.
Paciência.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Na cidade me desintegro porque na cidade eu não sou, eu estou: estou competindo e como dentro das regras do jogo (milhares de regras) preciso competir bem, tenho consequentemente de estar bem para competir o melhor possível. Para competir o melhor possível acabo sacrificando o ser (próprio ou alheio, o que vem a dar no mesmo). Ora, se sacrifico o ser para apenas estar, acabo me desintegrando (essencial ou essência) até a pulverização total. Vaidade das vaidades. Apenas vaidades. A conclusão é bíblica mas responde a todas as perguntas deste mundo desintegrado e confuso. Os loucos reinando sobre os vivos e mortos. Dominarão os poucos que conseguirem segurar as rédeas da loucura, quais?"

domingo, 10 de maio de 2009

"Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir"
Los Hermanos - Cara Estranho

Fato!