quinta-feira, 12 de novembro de 2009

e ela chegou naquele ponto. um ponto que existia apenas em seu mundo. provavelmente, seu ponto final! era chegado aquele mesmo momento que já se repetira em tantas e tantas outras ocasiões.tão sofrido. tão desgastante. mas indiscutivelmente necessário (para ela). afinal, como lidar com tamanha proximidade? atingiu o maldito estágio de inexistirem os segredos. de dividir as dúvidas, os medos, as frustrações, as lágrimas. e isso é bom? tinha consciência de que, a partir daquele momento, acabaria impossível impor todos os limites de segurança que julgava tão indispensáveis. tornar-se-ia vulnerável. demonstraria fraquezas. tudo bem que, por outro lado, teria a certeza de segurança e apoio. mas até quando? como assim, bom? era tudo o que ela temia. intimidade.
seria medo das pessoas? dos laços mais profundos? não sabia. só entendia que era hora. e se afastava. voluntariamente. porém, numa velocidade quase imperceptível. a fim de que ninguém jamais localizasse em que ponto realmente acabou. seu ponto. a fim de que, quando percebessem o que realmente acontecera, ela já estivesse longe. a fim de não gerar perguntas, as quais jamais conseguiria encontrar resposta alguma ou, se quer, sentido. seu jeito, talvez.
por mais que sempre idealizasse 'dessa vez vai ser diferente', seu medo era maior. como se aproximar tanto, se a dor de apenas imaginar perder era tão dilacerante? muito arriscado. melhor não. mais seguro se resguardar entre muralhas. criar limites. sempre limites. segurança. a perda seria menor. o mínimo de dor. o medo.
e, assim, seguia em frente. sem ser aparentemente triste. nem feliz. dirigindo-se a novos abraços acolhedores. até o certo ponto. o tal que inexplicavelmente surgia numa manhã qualquer e a fazia recomeçar tudo outra vez. desconstruindo. e reconstruindo em outra estação.
precisava fugir rápido antes de se tornar tarde demais. e foi!