domingo, 14 de junho de 2009

feliz dia dos namorados

sobreviver ao dia dos namorados pros solteiros é sempre deprimente. eu poderia vir aqui. fazer meu papel de sócio-comunista dizendo: "essa é mais uma daquelas datas criadas pelo mercado capitalista. afinal, todo mês tem que haver uma comemoração para extravasarmos nossa ânsia consumista, não é mesmo? fevereiro - carnaval; abril - páscoa; maio - dia das mães; agosto - dia dos pais; outubro - dia das crianças; dezembro - natal. fora todos os aniversários e etc, que já são obrigações do ano. os dias começaram a perder seu real significado. resumem-se a presentes. compras. compras. e mais compras. ah, viva che!". mas acho que pareceria muita amarga com um discurso assim. o que não seria nem uma verdade. pelo contrário, acordei dia 12 com um bom humor fora do normal. passei a manhã escutando o cd de Across the universe. tive uma tarde bem produtiva. e a noite de sexta que eu queria, sem agitações e etc. apenas pizza e Marley e Eu. sabe aquela sensação de estar bem consigo mesma? plenitude, como há muito não sentia.
tudo bem, admito. não deixei de ganhar rosa e chocolates. nem de ouvir o "você fica linda de óculos branco". mas o dia já estava bom mesmo antes disso. não pensei nos casais felizes e seus planos pro dia perfeito. (fiquei feliz por eles!). não pensei na importância que o 12 teve pra mim por quase um ano. não pensei nos dois presentes. nem no cirque du soleil. apenas lembrei. de tudo. e sorri. aquele sorriso com uma mistura de nostalgia e alívio.
bom entender o quanto a vida é transitória. o quanto pode ser bom que ela não siga todos os padrões que você pré-determinou. plenitude. a tal plenitude. que eu tive que mudar bastante o rumo das coisas pra finalmente alcançar. valeu a pena!
de volta ao mundo real. a semana comum. a ausência de todo o romantismo a flor da pele. é ótimo começar a contagem regressiva pras "férias".
aos happy couples, feliz dia dos namorados atrasado!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

mas não precisamos saber pra onde vamos,nós só precisamos ir

você faz planos. tantas previsões para o futuro. expectativas. quando eu tiver 30 anos, vou estar casada, ser médica e estarei esperando meu primeiro filho. será? vai ser o melhor pra mim mesmo? a gente planeja tanto. abre várias vezes mão do hoje em prol do amanhã. que será melhor? mas o amanhã é tão imprevisível. e se eu tiver desempregada e solteira aos 30? e se eu nem chegar aos 30? valeu mesmo a pena deixar de viver tanto em favor de um amanhã incerto? depois dos 15, aguardei ansiosamente os sonhados 18. estar na faculdade. ter carro. ter liberdade total. não entrei na faculdade. não tenho o carro. não tenho a liberdade. nem os tais 18 tenho mais. passou. como tudo na vida. simplesmente, passou. o único fato que continua dentro do esperado é está ficando cada dia mais próxima da morte. apenas. há mesmo utilidade pra esses tantos planejamentos? deveríamos viver o agora como se cada segundo fosse o último? deveríamos parar de prever e deixar o futuro para o "destino"? talvez. evitaria muitas frustrações, pelo menos. suas próprias cobranças . aquela maldita sensação de ter chegado de novo seu aniversário e você está no mesmo ponto do ano anterior. estagnada. angustiantemente estagnada.